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sábado, 10 de outubro de 2020

COMEÇANDO DO ZERO.

Sempre fiz questão de pregar o Evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre um alicerce elaborado por outra pessoa. (Romanos 15:20

Yea, so have I strived to prech the gospel, . not where Chist was already named, that I might not build upon another man's foundation;
King James Bible - Revised Version



Há um termo comumente usado pelos missionários que trabalham aqui na América que serve para determinar a ação do obreiro que chega em uma cidade para implantar uma nova igreja, e começa disfarçadamente aliciando congregados que estão indo em em outra igreja ou denominação, eles  chamam à isso: "Pescaria de aquário".

É mais fácil, para um evangelista de araque, atrair alguém, que já se converteu e está dando os seus primeiros passos na fé, do que trabalhar na evangelização de um ateísta ou incrédulo, que odeia tudo que se refere a evangelho ou cristianismo. 

Eu mesmo já sofri com isto na Flórida e aqui em Carolina do Norte, aqui por duas vezes, há duas igrejas que foram iniciadas à partir de proselitismo aos nossos congregados. E são obreiros que chegam, procuram a igreja, identificando-se como alguém que vem para ajudar no desenvolvimento da obra, recebem a oportunidade para ministrar a Palavra, para ficarem conhecidos do rebanho, e  a partir dai começam  um trabalho de aliciamento de muitas maneiras.

Uma vez minha esposa encontrou um casal falando português em um supermercado, e sabendo que era cristãos e recém chegados do Norte, convidou-os para irem ao nosso culto o que prontamente aceitaram. Antes do inicio do culto, tivemos uma conversa no escritório pastoral, e notei que o jovem, muito gentil, demonstrando um bom conhecimento cristão e ministerial, pois, disse-me que ajudava em uma igreja no Norte, antes de vir para Charlotte, por questões de trabalho profissional, pois atua na Construção. 

E mostrando disposição para ajudar na obra do desenvolvimento da igreja, e eu já sentindo-me cansado de não ter um substituto para pregar aos Domingos, convidei-lhe para ministrar a Palavra daquela noite. E ele pregou muito bem, demonstrando domínio da homilética e dispondo de conhecimento bíblico.

Havia nesse tempo alguns novos convertidos ainda dando seus primeiros passos na fé, sem nenhuma solidez cristã, mas, com vontade de crescer na graça e nos conhecimento do Senhor. E pensando nisso, já que naquela época só tínhamos um horário de culto semanal, alugado no templo americano aos Domingos, no culto seguinte procurei os novos convertidos que precisavam de ensinamento em seu lar, quando o irmão Carlos, foi falando muito alegre. Nós já começamos pastor, na última quarta feira o irmão que pregou aqui no Domingo, já esteve em nossa casa iniciando os cultos. E foi assim que iniciou-se mais uma igreja na cidade. Na hora eu achei, que o irmão novo convertido não iria entender  que aquilo era um procedimento antiético, do obreiro chegante, dirigir um culto na casa de um membro sem informar a liderança, e pensava também, que seria somente um ingenuidade dele, porém, mal eu sabia que eles já estava visitando muitos outros com a intenção de iniciar uma nova igreja.

Outra vez, um  pastor me ligou também vindo do Norte dizendo que teria encontrado o site de nossa igreja pela internet e como estava mudando-se para Charlotte para montar uma oficina mecânica, gostaria de congregar conosco e ajudar na obra. 

Ele disso que já havia tentado comunicar-se comigo de outras vezes e não tinha conseguido. Como ele já tinha determinado o horário da chegada, e avisado onde estava trafegando,  eu marquei um lugar bem visível, onde pudéssemos nos encontrar para eu dar-lhes as boas vindas na cidade, na conversa telefônica ele  havia me dito que já tinha trabalhado como missionário no Japão, e que agora já mais idoso, tinha vendido uma propriedade, fazendo uma pesquisa de mercado, planejava se estabelecer com uma oficina mecânica na cidade.

Lembro-me que marcamos  se encontrar no estacionamento da loja Burlington, situado na Rota 74,  que não estava longe muito distante de eu também trafegava em minha caminhonete F-150, que usava em minha firma de pintura na época a New Painting.

A conversa foi muito boa amistosa, igual duas pessoas maduras que conhecem de ministério e de obra, e que pretendem trabalhar juntos, com o mesmo objetivo. Durante a semana marcamos um jantar para que ele conhecesse minha família,   e até descobrimos uma coisa em comum, eles casaram no mesmo dia e anos que eu casei, de modo que brincamos que podíamos até comemorar juntos para economizar nas despesas com a festa.

No Domingo, concedi-lhe o direito de pregar a mensagem, e acredito que ele procurou fazer o seu melhor, embora para o meu gosto faltou mais unção, no que notei  ele foi mais um contador de histórias.

E terminado o culto, aqui na América, sempre os irmãos se encaminham ao refeitório ou cafeteria do templo, ou do local de cultos, para tomar um cafezinho, comer alguns doces e salgados, que sempre tem para reunir a comunidade imigrante que não dispõe desse tempo durante a semana por causa dos pesados trabalhos a que são submetidos para garantir   a  sobrevivência e uma Pátria que não é a sua. E nas cafeterias das igrejas após os cultos, é como um oásis em meio ao deserto, para quem precisa falar com o seu povo, no seu idioma,  e identificar-se com sua cultura, além, de saber de novas oportunidades de trabalho.

E cada um participante fica livre para procurar um grupo ou pessoa para comunicar-se e dividir alguns momentos de emoção para conhecer novas pessoas da comunidade e ampliar as amizades. O pastor visitante também estando solto na cafeteria e no meio do rebanho, fez o mesmo. Ele procurou ficar em um espaço bem afastado de onde eu, o pastor local, estava.

De repente um de nossos irmãos mais astuto e observador, conhecedor da ética cristã, chegou onde eu estava e avisou-me baixinho em meu ouvido:

- Pastor, o obreiro visitante que Sr. colocou para pregar hoje está tirando um papelzinho do bolso e está entregando aos irmãos, dizendo que quem tiver problemas, para pedir oração que ele vai orar de madrugada por todos. 

Quando eu do outro lado do salão olhei, vi ele fazendo exatamente, metendo a mão no bolso, tirando um papelzinho e entregando a uma irmã, e falando algo que não dava para ouvir de onde eu estava.

Depois, alguém contou-me que ele aproximou-se de uma família recém chegada do Brasil, cuja mulher era irmã da esposa do nosso tesoureiro na Igreja Providência de Deus, e falou-lhe:

- Qual era a sua igreja no Brasil irmão? 
- Assembleia de Deus.
- Então por que você está em frequentando uma igreja sem identidade? Você é assembleiano, e aqui nesta cidade nós vamos implantar uma Assembleia de Deus, para o Ministério do Belém, em São Paulo.

E foi assim, que iniciou-se mais uma igreja na cidade.

Na obra missionária entendi, desde o inicio, que o que importa não é o nome da tabuleta que está a frente, mas sim, os princípios de fé aceitos e defendidos por cada igreja. E eu coloquei no inicio  um nome que fosse neutro, porque  servíamos pessoas que vinham do Brasil de outras denominações, e como não poderia ter uma igreja para cada gosto, Providência de Deus era o que mais identificava a provisão de Deus para cada um fazer o seu culto ao Senhor. Eu mesmo, aceitei e fui batizado na Assembleia de Deus, mas, quando cheguei aqui e procurei apoio para o trabalho missionário que estava disposto à fazer, não encontrei nenhum apoio. E a própria a Assembleia de Deus, não é um nome patenteado, qualquer um pode abrir um porta de culto e colocar a tabuleta com o nome de Assembleia.  Eu já vi cada  tipo de ritual sob a placa Assembleia de Deus, e comportamento de obreiros complicado,  que chega até a  dar 'dor de dente em cerrote". 

Na Flórida, um pastor recém chegado que veio do Sul do Brasil, visitava os irmãos de nossa igreja de casa em casa, e os convidava ao seu culto sempre apresentando argumentos como; a irmã canta muito bonito e queremos ouvi-la, ou, soube que em sua congregação o ar deu problema e o último culto foi muito quente, pois na nossa o ambiente é bem geladinho. 

E fazer uma 'ovelha' que não tem muita noção do perigo desviar a rota, é tarefa muito fácil. Já ouvi muitos lamentando-se depois. Alguns receberam tantas palavras elogiosas, para retirar o que eles tinham no bolso que até de desviaram e nunca mais voltaram ao meio cristão. Eu nunca alisei couro de crente, porque eu sei que faz ele ficar firme na fé é a sã doutrina. 

Obreiros, ou 'missionários' que querem economizar caminho, aproveitando-se do esforço  feito por um outro que pagou o preço de evangelizar e fazer o discipulado para  ganhar  uma alma para Cristo, para 'rouba-lo' da sua congregação usando artimanhas baratas, está acumulando problemas para si mesmo. A minha Bíblia diz, que é maldito quem faz a obra do Senhor fraudulentamente, ou relaxadamente, ou negligentemente, dependendo da tradução em que está Jeremias 48:10.

Na Florida, o obreiro que 'pescou no aquário' fez crescer sua igreja rapidamente, ele que antes tinha um programa evangélico em uma rádio de grande audiência  na região Sul,   propagava assistência aos que viessem vendessem suas coisas e viessem para América, onde podiam fazer investimento e aplicar um trabalho garantido, no ramo de cerâmica. 

Porém, depois foi descoberto falcatruas nos documentos que ele conseguia para isso, que tanto ele quanto um advogado americano que o ajudava nisso foram presos, sua igreja esfacelou-se, com cada obreiro erguendo uma nova congregação com um pequeno grupo. Na cidade foi um escândalo tremendo, pois, descobriu-se que o  referido pastor estava em atrevimento para com uma das irmãs casadas de sua igreja. Depois de muito tempo preso, ele foi deportado ao Brasil.

Aqui, o obreiro que iniciou sua igreja na casa de um dos novos convertidos da nossa igreja, logo depois, de ter sua igreja, crescido,  foi acometido de câncer, padecendo gravemente com os tratamentos e até extração de parte de órgão afetado,  e por muitas vezes tivemos que orar junto com alguns irmãos, solicitando por sua saúde, que finalmente foi curado. Depois, ele mesmo, já sofreu muitos rompimentos de pessoas, que saíram de sua igreja levando consigo alguns membros para formar outras congregações. 

No Projeto Igrejas Para Todas as Nações, desenvolvido por nossa missão, para implantação de novas igrejas, sempre procuramos informar sobre estas lições aprendidas, que não vale a pena começar errado, não vale a pena 'pescar em aquário', não vale a pena edificar sobre fundamento alheiro.

Você deseja ser um plantador de igreja? Você deseja ser um ganhador ou uma ganhadora de almas?

Então comece do Zero. Evangelize os perdidos, dá mais trabalho, porém, a igreja de Jesus só cresce realmente, quando eles se se convertem em excelentes cristãos, e todo o seu trabalho será gratificado e sem censura.

Fazer a obra de forma errada gera consequências. 
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